
Acreditar que o amor ingênuo e puro que existia há quase uma década iria permanecer intacto é utopia de mortais que se recusam a encarar a realidade.
O que ficam são as afinidades. Ele sabe o jeito de te abraçar que você se derrete toda, você sabe que fazer carinho no cabelo atrás da nuca o deixa uma criança feliz. O beijo ainda combina muito e no olhar também tem carinho. Você conhece cada centímetro do corpo dele e ele sabe exatamente o que fazer e como fazer pra te deixar satisfeita.
Parece muita coisa não é? Mas é só.
A vida de cada um seguiu caminhos muito distintos e ao regressar, as diferenças ficaram maiores do que as semelhanças. As prioridades são outras e os valores também.
O sonho construído em outrora, da princesa que viveria feliz pra sempre no castelo encantado foi levado pelo mar, como as construções de areia em sua orla...
Não se pode mais esperar a mesma compreensão, porque a paciência não é mais tão infinita.
Não se pode esperar mais o mesmo respeito, porque a vida moldou cada um da maneira que o protege mais, e isso quer dizer em alguns momentos, perder a doçura e optar pela rispidez.
E não se pode mais esperar aquele frio na barriga e a certeza do “pra sempre”, porque o pra sempre, sempre acaba. Simples assim.
E quando há um reencontro, não é necessário que haja as mesmas juras de amor, porque elas não são mais verdadeiras... e nem que toque aquela música que fez parte dos momentos especiais, caracterizando o casal por muitos anos, porque agora essa melodia vai se reproduzir apenas na memória. E não por muito tempo!
Pra tudo correr bem e seguir para o caminho que deve seguir, é necessário que haja apenas o momento final, porque é assim que esse encontro se caracteriza: apenas um momento!
E com a cara limpa, o coração pronto pra dar o grito da liberdade e o sorriso que faltava nos lábios, posso entender que se encerra assim o amor!