quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Hora de esvaziar a mala


Alguns momentos em nossas vidas podem ser comparados com uma viagem.
Criamos muita expectativa quanto ao destino, ficamos ansiosos sobre o que poderá acontecer nesse local e esperamos o momento certo de embarcar.
Nesse início preparamos nossas malas. O que você separa para levar quando vai em busca do novo? E fazemos exatamente isso. Separamos com muito carinho nossas melhores peças e combinações, escolhemos os melhores cheiros - de cremes, de perfumes, de memórias - e, juntamos tudo o que julgamos necessário (ou não) para carregarmos conosco na aventura.
O que muitas vezes acontece é que a bagagem torna-se pequena para suportar tanta coisa. Quando não, levamos tudo o que é possível e, por deslize, deixamos para traz o essencial. É comum também em várias situações descobrirmos que metade do que carregamos por considerarmos ser essencial é, na verdade, inútil e só pesa.
Então, depois de nos prepararmos e sentirmo-nos prontos, EMBARCAMOS.
O destino é incerto, mas a viagem há de ser agradável. E na maioria das vezes é, na maioria...
Quando aterrissamos no “novo” deixamos de lado o medo de altura e muitos outros que assombravam o passado.
Mas agora, em terra firme, a travessia é diferente, ela segue outro traçado, repleto de lugares encantadores (principalmente dentro de nós) e surpresas agradáveis. Você mergulha “de cabeça” num oceano transparente e convidativo. Caminha por estradas rodeadas de belas paisagens ligadas por uma ponte que sustenta um sentido: a ponte do olhar. Você dança ao som de letras que se encaixam e até mesmo do silêncio que grita baixinho suspiros mágicos de promessas boas.
Mas isso é uma viagem e, em certa hora, você se dá conta de que não é um sonho onde todos vivem felizes para sempre. Pra tudo continuar sendo bom, tem que ser verdadeiro e forte o suficiente para agüentar os tropeços e se solidarizar com a fome alheia e as mãos estendidas que buscam um apoio... Você percebe que a vida segue com altos e baixos até “entre as coisas mais lindas que eu conheci”...
E como em quase todos os passeios é chegada a hora de retornar. A hora triste de se despedir, afinal foram tantos lugares lindos que certamente se eternizarão na memória; mas que bom poder ter de volta o aconchego do seu lar...do seu jeito...do seu eu.
Com um aperto no peito, no estômago e na garganta, você veste um sorriso nos lábios e deixa esse local com a sensação de que tudo passou rápido demais e se pergunta: Valeu a pena?
Tudo é muito recente e você está exausta demais pra fazer o balanço, aquele que sempre consciente ou inconscientemente fazemos - se foi bom, se voltaria lá outras vezes, e por aí vai...
Então você pega sua mala, que está um pouco mais pesada, e dirige-se pra casa. Ao entrar, nota que a paisagem está um pouco diferente. Ou será você que está enxergando o “normal” com outros olhos? É, talvez seja mesmo tudo tão comum, só isso!
Você caminha até seu quarto com algumas pontadas de dúvidas, sabe que agora é a parte chata da viagem, porém, importantíssima para as coisas voltarem nos eixos: desfazer as malas.
Ao abri-las é possível perceber que uma grande parte daquelas coisas boas que você fez questão de carregar, permaneceram intactas, uma pena ter faltado tempo para usá-las, outras, no entanto, curiosamente encontram-se desgastadas e desbotadas. Na parte de cima da bagagem estão os “mimos” adquiridos. Quanta coisa você trouxe e eu te pergunto: Pra quê?
Você respira fundo, sabe o que é necessário fazer e que essa tarefa não pode mais ser adiada. “Arregaça as mangas” e começa a esvaziar de uma vez por todas sua mala, cada compartimento, cada repartição. Está disposta a deixá-la limpa e pronta para receber seu novo destino, que ja-já estará pintando para trazer muitas outras emoções, cada vez maiores, melhores e verdadeiras!
É, mais uma viagem...

domingo, 15 de agosto de 2010

Prazo de validade

Tomei a liberdade, com a permissão da autora, claro, de postar esse texto no meu blog.
Quem o escreveu foi minha amiga Lilian Gracioli. Trabalhamos juntas por quase 4 anos e dividimos nesse tempo muitas histórias. Na nossa última conversa (que infelizmente não é mais tão rotineira assim) confidenciamos situações parecidas. Fazer o que se existem pessoas e pessoas né??...rs...Adorei o texto! Adoro você! E alegria pra gente!!!


Prazo de validade
Não adianta insistir, passou do prazo de validade, aquilo não te fará bem.Funciona assim com o alimento que você come, com o remédio que você espera te curar, (se não fizer mal, no mínimo não surtirá efeito nenhum). Então você acha que com aquele homem que você diz ser o amor da sua vida, será diferente? Não insista. Passou do prazo de validade, esse amor não lhe fará bem, ou no mínimo resultará em nada. Sim, nada de planos para o futuro, nada de romantismo que você tanto gosta, nada de cumplicidade e até que um dia... nada de fidelidade. Mas é claro! O que você espera de um relacionamento, onde já ficou claro o interesse só de uma parte, o amor louco só de uma parte, a preocupação só de uma parte, o desejo só de uma parte? Pode esperar infidelidade, pois esse será seu prêmio nessa maratona paranóica. Digo maratona, porque pelo esforço e teimosia na corrida rumo ao coração do tal homem, você merece pelo menos os parabéns! Aliás, na sua vida só existe esse homem, veja que você mesma já se perdeu no caminho. Desculpe as palavras duras, mas sabe o que é pior? Você saber que esse relacionamento é unilateral, você saber que ele está com você só por comodismo, dó ou algo do tipo. E quando chega ao ponto de perdoar as cachorradas dele, fingir que não vê o que ele faz por aí, só para não perdê-lo? (Fisicamente, pois o coração e os pensamentos dele você perdeu na primeira vez em que fechou os olhos). Aí minha amiga... o caso é sério, eu até diria, gravíssimo. Pense no quão desgastante isso está se tornando. Pense no seu papel dentro dessa história, você não cansa de ser a desequilibrada que faz cenas, ou a mãe que cuida sem ser retribuída? E realmente não adianta tentar virar a mulher mais linda, mais malhada e mais culta do mundo e região. Seus esforços passarão despercebidos aos olhos dele. Mas como toda incansável, vai você mergulhar nos ensinamentos da mãe e oráculo Martha Medeiros. Não estou dizendo aqui quem é o certo ou errado, você pode ser honesta, ter seus valores, mas você perde a razão quando humilha a si própria, fazendo cobranças a alguém que não tem mais condições de lhe oferecer nada. Mesmo que haja intenção, a falta de respeito lá de trás nunca ressuscitará o relacionamento sadio de outrora. Acabou. Passou do prazo de validade. Pegue então o mapa do seu caminho novamente e comece a se encontrar. Primeiro passo: Volte para o X que marca o início do trajeto. Mire seu foco lá na frente, que é a felicidade, e não desvie dele. Quando sentir-se completamente munida de auto-estima, maturidade e segurança, siga em frente. Siga sem olhar para trás. Passado é passado. E assim comece uma nova vida de amor. Um amor que vem sem rótulos, bula ou muito menos prazo de validade. O amor próprio. Só assim você deixará a busca pelo homem da sua vida, para tornar-se a mulher da vida de alguém.