segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A dor mais doída

(Para tia Tonha, tia Neuza, Glauber, dona Mara...vocês fazem muita falta!!)
O ser humano está condicionado às sensações de dor e prazer.
A frase clichê de que “cada um sabe o tamanho da sua dor” é a verdade mais antiga e atual que conheço.
Dentre tantas dores que levam milhares de pessoas diariamente aos hospitais e consultórios, tem uma que se destaca e certamente é a doença mais malvada e que causa a “dor mais doída”: a saudade.
Tudo bem que cólica menstrual, dor de ouvido e torcer o tornozelo doem, mas a saudade tem sabor de açúcar queimado quando se faz calda e passa do ponto, o que era pra ser doce, com o tempo se torna amargo.
Dói saber que a rotina aos domingos jamais serão possíveis e que os risos compartilhados foram trocados pelo silêncio massacrante.Existem vários tipos de saudade, mas seja ela qual for, seu surgimento causa nostalgia e tristeza.
A dor deixada pela partida dos que amamos só não é maior do que a saudade que sentimos deles, e esse tipo de doença também não tem cura.
Saber que nunca mais é “nunca mais” mesmo e aceitar que talvez “esse” fosse o melhor caminho é tarefa para guerreiros. E põe guerreiro nisso! E mesmo que não sejamos lutadores profissionais, jamais podemos desistir da batalha, que é a nossa vida.
Se em tudo aprendemos algo, o que tirar de lição da amarga ausência dos que partiram?
Acredito que um ensinamento eles nos dão: Que sejamos menos egoístas, mais amáveis e que acima de tudo saibamos agradecer o QUE temos e QUEM temos conosco.
Não podemos colorir o álbum da nossa vida sem cor, sabemos que passar uma borracha e esquecer a saudade é impossível, mas nesse momento levantar a cabeça e olhar ao redor é fundamental para vermos que mesmo com tanta agonia, a vida ainda é generosa e depende de nós preenchê-la com as cores da alegria, do amor e da auto-estima.

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